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2025-02-10 22:20:15

Domini on Nostr: OPINIÃO — Os limites entre a notícia e o entretenimento ...

OPINIÃO — Os limites entre a notícia e o entretenimento



As notícias deixaram de ser lapsos informacionais de conexão dos leitores e telespectadores com os fatos, hoje operam como ferramentas de entretenimento qual opiniões se digladiam contra posições discordantes daquela tomada por um público em específico, e quando não, usam do sensacionalismo para escala de engajamento — são poucos os veículos de notícias que são transparentes e bem intencionados.

Porém chamou-me a atenção um acontecimento recente, no qual o veículo de notícia e canal CazéTV mostrou desconhecimento sobre o desastre aéreo de 6 de fevereiro de 1958, em Munique, qual vitimou 23 pessoas, dentre esses oito jogadores do Manchester United, três nomes ligados ao clube inglês e que atuavam em estágio, comissão técnica do time do Manchester United e direção do clube, mais dois jornalistas e demais passageiros alheios ao futebol, desastre esse referenciado na mudança de imagens principais dos perfis do clube inglês, sobre forma de relógio contendo o horário exato do acidente em forma de luto e memória das vítimas. A má compreensão do canal partiu não somente da ignorância de profissionais internos do grupo, mas sim da sanha de converter informação em entretenimento, pois o canal, assim que percebeu a mudança das imagens do clube inglês, fez postagem sensacionalista na rede social X (antigo Twitter) sobre o intuito de gerar curiosidade em seus seguidores por via de mistério, por busca de likes e comentários por suposições em respostas. Esse ocorrido envolvendo a postura da CazéTV fez-me repensar sobre o papel da imprensa, precisamente se essa hoje se preocupa mais em entreter seus clientes do que os informar corretamente.

Para o cidadão é recomendado que este se abstenha de notícias em demasia (exageradamente), pois dessa forma o mesmo evita os efeitos colaterais de uma interação com a realidade geral em dependência do trabalho de jornalistas, isso é, na medida que o consumo de notícias é dosado cada vez menos os assuntos de conversas pessoais são pautados por editoriais de redação, manchetes e opiniões de jornalistas, porém essa postura não agrega engajamento e crescimento aos veículos de mídia, hoje dependentes das redes sociais para ampla divulgação. O cérebro podre (brainroot) favorece o crescimento de veículos e isso é um problema pouco exposto na era da informação, não somente, como o problema existe por decorrência da forma como os algoritmos operam nas mídias sociais, no caso favorecendo aqueles que usam do rage bait (incentivo de discórdia popular) para crescer, seja de maneira ativa (contra alheios retratados em notícias) ou seja de maneira negativa (contra si próprio atraindo grupos opositores ao público alvo). Cada vez mais a imprensa quer pautar os debates da sociedade e as diversões populares em querelas e intrigas para manter seu produto, a informação, circulando.

Para que o leitor compreenda melhor: à Globo News é compensatório Daniela Lima chamar atenção negativa e servir de chacota para grupos de direita, assim como é para a Revista Oeste ser rechaçada pelos grupos opositores ao público alvo (pela esquerda política), pois não importa mais a verdade, sim o engajamento. As posições absurdas e novas posturas personalistas de jornalistas guiaram o jornalismo para um caminho teatral no qual não haverá retorno se mantida a atual fórmula algorítmica de engajamento, ou seja, até a autonometria, algorítmica ou não, — “seja VOCÊ seu próprio algoritmo” — se tornar uma premissa indispensável para ecossistemas informacionais saudáveis, pois do contrário o jornalismo mainstream será impositivo em forma de palhaçadas, emocionalismos artificialescos e palpitaria porcamente profissional.

Por certo, estratégias leais, como uso de debates e democratização de opiniões, são meios justos e corretos para obter engajamento, quiçá os mais limpos dentre os comumente praticados, entretanto não prevalecem sobejantemente na sociedade altamente informacionalizada, compensa à essa intriga, a curiosidade e demais sentimentos do que a verdade. Afastar-se da contaminação do entretenimento informacional é a forma mais correta do sujeito se voltar à verdade, pois nesse meio profissional da informação poucos estão comprometidos com ela.
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