Eli Vieira on Nostr: Você já tomou bronca de um autor apenas por postar um trecho do próprio livro ...
Você já tomou bronca de um autor apenas por postar um trecho do próprio livro dele? Eu já.
“Em apenas 7,9% das democracias ao redor do mundo há o uso de urnas eletrônicas nos processos eleitorais. Apenas no Brasil e na Venezuela, no entanto, a urna é o único instrumento de contagem dos votos. Em 92% dos países os votos ainda são registrados majoritariamente em cédulas de papel – alguns poucos deles, é verdade, também usam a urna eletrônica como complemento, como é o caso dos nossos vizinhos Argentina, Equador, Peru e Paraguai.
E se a urna eletrônica é, por si só, pouco utilizada em todo o mundo, a nossa é ainda menos.
Há três gerações de urnas eletrônicas.
A terceira, e mais recente, tem tela sensível ao toque, impressora, além de um gravador e leitor de chips. Cada voto é registrado numa cédula de papel, que contém um chip de radiofrequência. O leitor óptico verifica se o chip coincide com o voto impresso. Em caso positivo, o eleitor insere a cédula em uma urna comum. Esse é o modelo que atende a países como Argentina, Equador e Israel.
A segunda geração é o modelo que introduziu nas urnas eletrônicas a possibilidade de emitir comprovante de papel. O modelo permite que os eleitores chequem os candidatos escolhidos antes de confirmar o voto. O papel fica na seção eleitoral.
A primeira geração é a mais antiga. A urna serve apenas para contar os votos eletronicamente, sem permitir verificação pelo eleitor nem recontagem dos sufrágios por não ter versão impressa do voto. O Brasil é o único país do mundo a usar esse modelo, o que torna a nossa urna eletrônica a mais defasada do planeta.
Em dezembro de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou os resultados de uma série de testes que o órgão realizou, envolvendo o trabalho de diversos especialistas em tecnologia da informação, para identificar possíveis falhas de segurança da nossa urna eletrônica. De acordo com o tribunal, foram detectados seis problemas durante os testes.
Não sem razão, numa pesquisa feita pelo próprio TSE, 20% dos eleitores brasileiros registraram total desconfiança nas urnas brasileiras (dando nota zero à confiabilidade do sistema eletrônico), enquanto 16% registraram confiança total (dando nota dez). E 38% deram notas de 0 a 4. A média geral foi de nota 5. Quanto mais estudado o eleitor, menor foi a confiança dele na urna.”
Rodrigo da Silva, 2018. Guia politicamente incorreto da política brasileira. Leya. Edição do Kindle.
“Em apenas 7,9% das democracias ao redor do mundo há o uso de urnas eletrônicas nos processos eleitorais. Apenas no Brasil e na Venezuela, no entanto, a urna é o único instrumento de contagem dos votos. Em 92% dos países os votos ainda são registrados majoritariamente em cédulas de papel – alguns poucos deles, é verdade, também usam a urna eletrônica como complemento, como é o caso dos nossos vizinhos Argentina, Equador, Peru e Paraguai.
E se a urna eletrônica é, por si só, pouco utilizada em todo o mundo, a nossa é ainda menos.
Há três gerações de urnas eletrônicas.
A terceira, e mais recente, tem tela sensível ao toque, impressora, além de um gravador e leitor de chips. Cada voto é registrado numa cédula de papel, que contém um chip de radiofrequência. O leitor óptico verifica se o chip coincide com o voto impresso. Em caso positivo, o eleitor insere a cédula em uma urna comum. Esse é o modelo que atende a países como Argentina, Equador e Israel.
A segunda geração é o modelo que introduziu nas urnas eletrônicas a possibilidade de emitir comprovante de papel. O modelo permite que os eleitores chequem os candidatos escolhidos antes de confirmar o voto. O papel fica na seção eleitoral.
A primeira geração é a mais antiga. A urna serve apenas para contar os votos eletronicamente, sem permitir verificação pelo eleitor nem recontagem dos sufrágios por não ter versão impressa do voto. O Brasil é o único país do mundo a usar esse modelo, o que torna a nossa urna eletrônica a mais defasada do planeta.
Em dezembro de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou os resultados de uma série de testes que o órgão realizou, envolvendo o trabalho de diversos especialistas em tecnologia da informação, para identificar possíveis falhas de segurança da nossa urna eletrônica. De acordo com o tribunal, foram detectados seis problemas durante os testes.
Não sem razão, numa pesquisa feita pelo próprio TSE, 20% dos eleitores brasileiros registraram total desconfiança nas urnas brasileiras (dando nota zero à confiabilidade do sistema eletrônico), enquanto 16% registraram confiança total (dando nota dez). E 38% deram notas de 0 a 4. A média geral foi de nota 5. Quanto mais estudado o eleitor, menor foi a confiança dele na urna.”
Rodrigo da Silva, 2018. Guia politicamente incorreto da política brasileira. Leya. Edição do Kindle.