Shllomon N on Nostr: Muito se fala de Jimmy Hendrix, pouco se diz sobre o quê de concreto ele legou para ...
Muito se fala de Jimmy Hendrix, pouco se diz sobre o quê de concreto ele legou para o mundo da música moderna e para a evolução do instrumento que tocava. Minha opinião não é para fracos e nem pra groupies. Assim como os "besouros", o som de Jimmy Hendrix sempre cheirou a mofo. Seu som já nasceu velho, como tudo no final da década de 60 e início de 70.
No caso de Jimmy, fora o legado de inspirar milhões de jovens espinhentos a comprarem uma guitarra, ele não fez muito. Para não espernearem demais, eu não vou negar que houve sim uma evolução no setup por causa dele (não posso deixar de me maravilhar com Machine Gun e os efeitos que ele lançou na popularidade com ela). Mas foi só isso. Seu material gravado em vídeo é ruim, quase nada do que é realmente bom do Jimmy Hendrix está acessível em vídeo. Tudo em vídeo é o pior dele e o que estava mais massificado (hoje diriam hypado).
Quando adolescente comprei um LP dele Band of Gypsys, o único que eu posso dizer que foi memorável. O LP tinha as aprestações Live Fillmore de 1969. Acho que foi um dos poucos shows em que ele não estava drogado.
Ali eu vi virtuosismo sério; um músico consciente do que estava fazendo, sóbrio, e com um objetivo em mente. O Show foi tão bom que eu relevei o fato de ele tocar fox lady com a guitarra completamente desafinada. Quem assistiu àquele show, assistiu uma das poucas apresentações memoráveis dele. O detalhe de Foxy Lady é que ela foi tocada depois de Hear My Train a Comin Live at the Fillmore East, NY - 12/31/69 - 1st Set, e ficaria compreensível pra qualquer um, que não tinha como a guitarra sobreviver a tal performance sem desafinar.
Nunca consegui encontrar esta gravação em vídeo; deve existir, mas está fechada em algum catálogo. O fato é que esta é a única versão aceitável para Hear My Train a 'Comin'. A beleza desta performance é inigualável. Hendrix deve ter pensado milimetricamente o que ia fazer. Ele decididamente não estava brincando quando iniciou a primeira frase. Quando eu ouvi aquilo eu só sosseguei quando consegui tirar tudo como estava ouvindo.
Eu passei anos para tirar aquele som de maneira aceitável. Tive de pegar de ouvido. Não tinha essa conversa de tablatura. Fazer aquilo numa strato giannini preta com um pedalzinho mequetrefe e um amp cyclotron não era fácil, mas eu consegui tirar.
Recentemente eu encontrei um cara ver um cara que também conseguiu tirar mais ou menos igual a mim, só que com um setup decente. Segue o link abaixo, tanto da apresentação original, quanto do cover do cara. Não sei quem é, mas ele entendeu o que Hendrix estava fazendo. Poucos entenderam. E mesmo grandes heróis da guitarra que tentaram tocar isso falharam miseravelmente; não por falta de habilidade, mas por orgulho mesmo; orgulho de não querer se render ao talento de Hendrix e querer fazer as coisas do próprio jeito.
Hendrix era ultra talentoso; um dos maiores bluesman, mas era só isso mesmo. Nesta performance ele monta a música como um engenheiro, concluindo com a guitarra as peças faltantes. Tudo foi arquitetado conscientemente. Não é que não houve improviso; é tudo improviso; mas é um improviso consciente. Ele não estava apenas seguindo escalas e fraseando; ele estava criando um clima completo de começo, meio e fim. Ele conta um história com a guitarra. Nunca mais ele conseguiu algo assim. Talvez em Machine Gun, mas não no mesmo nível.
Apreciem.
https://youtu.be/sPxJoFtIWqQ?si=uAi-7ykzbXz-B46n
https://youtu.be/qIMeZdlzpIc?si=DXyY_gipZfPI3BjT
No caso de Jimmy, fora o legado de inspirar milhões de jovens espinhentos a comprarem uma guitarra, ele não fez muito. Para não espernearem demais, eu não vou negar que houve sim uma evolução no setup por causa dele (não posso deixar de me maravilhar com Machine Gun e os efeitos que ele lançou na popularidade com ela). Mas foi só isso. Seu material gravado em vídeo é ruim, quase nada do que é realmente bom do Jimmy Hendrix está acessível em vídeo. Tudo em vídeo é o pior dele e o que estava mais massificado (hoje diriam hypado).
Quando adolescente comprei um LP dele Band of Gypsys, o único que eu posso dizer que foi memorável. O LP tinha as aprestações Live Fillmore de 1969. Acho que foi um dos poucos shows em que ele não estava drogado.
Ali eu vi virtuosismo sério; um músico consciente do que estava fazendo, sóbrio, e com um objetivo em mente. O Show foi tão bom que eu relevei o fato de ele tocar fox lady com a guitarra completamente desafinada. Quem assistiu àquele show, assistiu uma das poucas apresentações memoráveis dele. O detalhe de Foxy Lady é que ela foi tocada depois de Hear My Train a Comin Live at the Fillmore East, NY - 12/31/69 - 1st Set, e ficaria compreensível pra qualquer um, que não tinha como a guitarra sobreviver a tal performance sem desafinar.
Nunca consegui encontrar esta gravação em vídeo; deve existir, mas está fechada em algum catálogo. O fato é que esta é a única versão aceitável para Hear My Train a 'Comin'. A beleza desta performance é inigualável. Hendrix deve ter pensado milimetricamente o que ia fazer. Ele decididamente não estava brincando quando iniciou a primeira frase. Quando eu ouvi aquilo eu só sosseguei quando consegui tirar tudo como estava ouvindo.
Eu passei anos para tirar aquele som de maneira aceitável. Tive de pegar de ouvido. Não tinha essa conversa de tablatura. Fazer aquilo numa strato giannini preta com um pedalzinho mequetrefe e um amp cyclotron não era fácil, mas eu consegui tirar.
Recentemente eu encontrei um cara ver um cara que também conseguiu tirar mais ou menos igual a mim, só que com um setup decente. Segue o link abaixo, tanto da apresentação original, quanto do cover do cara. Não sei quem é, mas ele entendeu o que Hendrix estava fazendo. Poucos entenderam. E mesmo grandes heróis da guitarra que tentaram tocar isso falharam miseravelmente; não por falta de habilidade, mas por orgulho mesmo; orgulho de não querer se render ao talento de Hendrix e querer fazer as coisas do próprio jeito.
Hendrix era ultra talentoso; um dos maiores bluesman, mas era só isso mesmo. Nesta performance ele monta a música como um engenheiro, concluindo com a guitarra as peças faltantes. Tudo foi arquitetado conscientemente. Não é que não houve improviso; é tudo improviso; mas é um improviso consciente. Ele não estava apenas seguindo escalas e fraseando; ele estava criando um clima completo de começo, meio e fim. Ele conta um história com a guitarra. Nunca mais ele conseguiu algo assim. Talvez em Machine Gun, mas não no mesmo nível.
Apreciem.
https://youtu.be/sPxJoFtIWqQ?si=uAi-7ykzbXz-B46n
https://youtu.be/qIMeZdlzpIc?si=DXyY_gipZfPI3BjT