pianeiro on Nostr: Se eu pudesse ditar os rumos da sociedade, eu liberaria as armas de pronto. Quando à ...
Se eu pudesse ditar os rumos da sociedade, eu liberaria as armas de pronto. Quando à questão de drogas, não possuo nenhum valor que desabone a liberação, contudo, eu me preocupo com o "como".
Explico.
Uma coisa é defender que a sociedade nunca deveria ter coibido as drogas. Eu penso isso. Contudo, é um dado que, em um dado momento da história, essa decisão foi tomada. Dessa forma, liberar as drogas de um dia pro outro deixará a sociedade em um estado diferente daquele em que ela estaria hoje caso as drogas nunca tivessem sido proibidas. Ignorar essas diferenças é loucura no meu ponto de vista. Essas diferenças podem, inclusive, levar a um caos social.
E quais são essas diferenças? Bem, eu não sou economista, portanto, não sou estudioso da área mais sociológica, então, a resposta mais prudente da minha parte seria: "não sei". Contudo, dado que o caráter informal desse contexto me permite palpitar à vontade sem responsabilidade técnica alguma, enumero as duas hipóteses que me vêm à mente imediatamente sempre que penso no assunto:
(1) Como sempre se fala, penso que a proibição estimula o uso ao invés de o contrário. Sendo assim, temos um nível e perfil de uso que talvez sejam incompatíveis de serem absorvidos na sociedade, o que, penso, não aconteceria se o uso nunca tivesse sido proibido, ou seja: a sociedade teria aprendido a consumir drogas de modo compatível com a vida em soceiade; e
(2) Os traficantes de drogas não traficam por que têm o sonho de serem grandes empresários do ramo da cocaína, sonho esse destruído pelo Estado Opressor, e, por isso, resistem. Eles desempenham essa atividade por que há uma relação risco-retorno altamente favorável, que é típica do crime. A partir do momento em que isso for legalizado, a relação risco-retorno altera-se drasticamente e não é mais favorável com as vantagens desejadas por criminosos. Isto posto, o crime abandonará essa atividade e migrará para outra(s). Qual(is) seria(m)? Seria pior ou melhor do que se tem hoje? Já parou para pensar que talvez seja uma boa ideia manter os bandidos ocupados com drogas ao invés de o que seja lá o que eles fariam se não tivessem essa atividade?
Sendo assim, já pedindo perdão pela longa resposta, concluo que não ser leviano na questão de liberação das drogas está muito além de ser contra ou a favor, está em considerar as alterações sociais frente a um choque tão grande como esse. Não é ideológico. É pragmático. É possível que, embora a melhor escolha tivesse sido nunca ter proibido as drogas, o fato de termos proibido pode tornar liberá-las ainda pior se isso for feito de maneira atrapalhoada e sem considerar isso tudo. Além disso, não parece haver garantias de que há uma forma segura de isso ocorrer. Pode ser que nunca consigamos "voltar à estaca zero" nessa questão, e estarmos condenados a viver nessa guerra impossível contra as drogas.
Espero ter sido claro.
Explico.
Uma coisa é defender que a sociedade nunca deveria ter coibido as drogas. Eu penso isso. Contudo, é um dado que, em um dado momento da história, essa decisão foi tomada. Dessa forma, liberar as drogas de um dia pro outro deixará a sociedade em um estado diferente daquele em que ela estaria hoje caso as drogas nunca tivessem sido proibidas. Ignorar essas diferenças é loucura no meu ponto de vista. Essas diferenças podem, inclusive, levar a um caos social.
E quais são essas diferenças? Bem, eu não sou economista, portanto, não sou estudioso da área mais sociológica, então, a resposta mais prudente da minha parte seria: "não sei". Contudo, dado que o caráter informal desse contexto me permite palpitar à vontade sem responsabilidade técnica alguma, enumero as duas hipóteses que me vêm à mente imediatamente sempre que penso no assunto:
(1) Como sempre se fala, penso que a proibição estimula o uso ao invés de o contrário. Sendo assim, temos um nível e perfil de uso que talvez sejam incompatíveis de serem absorvidos na sociedade, o que, penso, não aconteceria se o uso nunca tivesse sido proibido, ou seja: a sociedade teria aprendido a consumir drogas de modo compatível com a vida em soceiade; e
(2) Os traficantes de drogas não traficam por que têm o sonho de serem grandes empresários do ramo da cocaína, sonho esse destruído pelo Estado Opressor, e, por isso, resistem. Eles desempenham essa atividade por que há uma relação risco-retorno altamente favorável, que é típica do crime. A partir do momento em que isso for legalizado, a relação risco-retorno altera-se drasticamente e não é mais favorável com as vantagens desejadas por criminosos. Isto posto, o crime abandonará essa atividade e migrará para outra(s). Qual(is) seria(m)? Seria pior ou melhor do que se tem hoje? Já parou para pensar que talvez seja uma boa ideia manter os bandidos ocupados com drogas ao invés de o que seja lá o que eles fariam se não tivessem essa atividade?
Sendo assim, já pedindo perdão pela longa resposta, concluo que não ser leviano na questão de liberação das drogas está muito além de ser contra ou a favor, está em considerar as alterações sociais frente a um choque tão grande como esse. Não é ideológico. É pragmático. É possível que, embora a melhor escolha tivesse sido nunca ter proibido as drogas, o fato de termos proibido pode tornar liberá-las ainda pior se isso for feito de maneira atrapalhoada e sem considerar isso tudo. Além disso, não parece haver garantias de que há uma forma segura de isso ocorrer. Pode ser que nunca consigamos "voltar à estaca zero" nessa questão, e estarmos condenados a viver nessa guerra impossível contra as drogas.
Espero ter sido claro.