joaovrc on Nostr: CARTA VERDE ASSET. Stop loss. ———- “A evolução recente da questão fiscal ...
CARTA VERDE ASSET.
Stop loss.
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“A evolução recente da questão fiscal no Brasil nos lembra do adágio conhecido como "Lei de Goodhart", criado em 1975 pelo economista inglês Charles Goodhart, de longa carreira na academia e no Bank of England. Tal adágio é comumente enunciado como "Quando uma medida se torna um alvo, ela deixa de ser uma boa medida".
O desenvolvimento recente das decisões de política fiscal no governo Lula exemplifica tal fenômeno: a meta de resultado primário tem que ser atingida custe o que custar, e dessa busca nascem todo tipo de subterfúgios e criatividade. Gastos inesperados (como os relacionados ao desastre do Rio Grande do Sul) são excluídos do computo de despesas, e fontes não-tradicionais, como valores esquecidos em contas bancárias, são adicionados ao cálculo de receitas.
Voltamos à era da política pública feita fora do Orçamento, alimentando a criação de um sem-número de fundos e outras tecnologias parafiscais que pareciam ter ficado num passado nem tão remoto. O exemplo do recém-anunciado Vale Gás é o mais preocupante, pela escala e por dar a largada no populismo eleitoral com vistas à eleição de 2026, mas nem de longe é o único.
Outros exemplos como a transferência de fundos para financiar o programa Pé de Meia, ou os gastos de Itaipu com financiamento de obras de infraestrutura em Belém (distante meros 3350 km da usina...) são dois que vêm à mente.
Ao fim e ao cabo, a ação do governo tornou a métrica de déficit fiscal primário uma variável pouco relevante para os mercados. A preocupação crescente com o nível e a trajetória da dívida pública brasileira nos parece a consequência inevitável.”
Stop loss.
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“A evolução recente da questão fiscal no Brasil nos lembra do adágio conhecido como "Lei de Goodhart", criado em 1975 pelo economista inglês Charles Goodhart, de longa carreira na academia e no Bank of England. Tal adágio é comumente enunciado como "Quando uma medida se torna um alvo, ela deixa de ser uma boa medida".
O desenvolvimento recente das decisões de política fiscal no governo Lula exemplifica tal fenômeno: a meta de resultado primário tem que ser atingida custe o que custar, e dessa busca nascem todo tipo de subterfúgios e criatividade. Gastos inesperados (como os relacionados ao desastre do Rio Grande do Sul) são excluídos do computo de despesas, e fontes não-tradicionais, como valores esquecidos em contas bancárias, são adicionados ao cálculo de receitas.
Voltamos à era da política pública feita fora do Orçamento, alimentando a criação de um sem-número de fundos e outras tecnologias parafiscais que pareciam ter ficado num passado nem tão remoto. O exemplo do recém-anunciado Vale Gás é o mais preocupante, pela escala e por dar a largada no populismo eleitoral com vistas à eleição de 2026, mas nem de longe é o único.
Outros exemplos como a transferência de fundos para financiar o programa Pé de Meia, ou os gastos de Itaipu com financiamento de obras de infraestrutura em Belém (distante meros 3350 km da usina...) são dois que vêm à mente.
Ao fim e ao cabo, a ação do governo tornou a métrica de déficit fiscal primário uma variável pouco relevante para os mercados. A preocupação crescente com o nível e a trajetória da dívida pública brasileira nos parece a consequência inevitável.”