AlexFetcher on Nostr: Aos 53 anos, o “libertário” — como ele mesmo se define — e antissistema ...
Aos 53 anos, o “libertário” — como ele mesmo se define — e antissistema Javier Milei não será o primeiro presidente eleito alheio ao quase inevitável “peronismo” (leia mais abaixo), que perdura desde a década de 1940 no vizinho sul-americano. Tampouco será inédito um presidente assumir a cadeira diante de um cenário de desastre fiscal. A vitória, contudo, mostra que até a camada dependente de programas sociais — metade da população — entendeu que o país acorda a cada dia mais pobre.
A alternativa a Milei no segundo turno era Sergio Massa, atual ministro da Economia, representante do “kirchnerismo” — que começou com Néstor, morto em 2010, e passou pelos herdeiros do espólio político: sua mulher, Cristina, e o atual presidente, Alberto Fernández. O “kirchnerismo” é a vertente ideologicamente alinhada com a esquerda dentro do enorme espectro do peronismo.
O peronismo pode ser resumido como um movimento — justicialista — que se aproximou do sindicalismo e se tornou um regime. As duas marcas intocadas são o populismo exacerbado e o autoritarismo. Tanto que uma das frases mais célebres de Juan Domingo Perón é: “Aos amigos, tudo; aos inimigos, nem a justiça” — adaptação de “Aos amigos, tudo; aos inimigos, basta a lei”, de Maquiavel. Perón governou a Argentina duas vezes e morreu na cadeira de presidente. O peronismo perdura como um partido fragmentado em grupos, mas muito forte até hoje — só perdeu uma eleição desde 2003. Mas nunca foi exatamente uma agremiação de esquerda nem de direita. Isso só mudou justamente com a guinada do “kirchnerismo”.
A Argentina é um raro caso de um país rico que empobreceu. Em 1895, chegou a registrar o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do planeta. Nos anos 1920 e 1930, uma expressão usual entre os europeus que desembarcavam na América do Sul era dizer “riche comme un argentin“ (“rico como um argentino”), o que causava inveja em franceses, alemães e espanhóis.
A degeneração da economia passou por muitas fases desde então. Sofreu o impacto do regime populista de Perón, da distribuição desenfreada de subsídios às camadas mais pobres, do aumento do gasto público e do inchaço do Estado.
- Silvio Navarro (Revista Oeste)
A alternativa a Milei no segundo turno era Sergio Massa, atual ministro da Economia, representante do “kirchnerismo” — que começou com Néstor, morto em 2010, e passou pelos herdeiros do espólio político: sua mulher, Cristina, e o atual presidente, Alberto Fernández. O “kirchnerismo” é a vertente ideologicamente alinhada com a esquerda dentro do enorme espectro do peronismo.
O peronismo pode ser resumido como um movimento — justicialista — que se aproximou do sindicalismo e se tornou um regime. As duas marcas intocadas são o populismo exacerbado e o autoritarismo. Tanto que uma das frases mais célebres de Juan Domingo Perón é: “Aos amigos, tudo; aos inimigos, nem a justiça” — adaptação de “Aos amigos, tudo; aos inimigos, basta a lei”, de Maquiavel. Perón governou a Argentina duas vezes e morreu na cadeira de presidente. O peronismo perdura como um partido fragmentado em grupos, mas muito forte até hoje — só perdeu uma eleição desde 2003. Mas nunca foi exatamente uma agremiação de esquerda nem de direita. Isso só mudou justamente com a guinada do “kirchnerismo”.
A Argentina é um raro caso de um país rico que empobreceu. Em 1895, chegou a registrar o maior Produto Interno Bruto (PIB) per capita do planeta. Nos anos 1920 e 1930, uma expressão usual entre os europeus que desembarcavam na América do Sul era dizer “riche comme un argentin“ (“rico como um argentino”), o que causava inveja em franceses, alemães e espanhóis.
A degeneração da economia passou por muitas fases desde então. Sofreu o impacto do regime populista de Perón, da distribuição desenfreada de subsídios às camadas mais pobres, do aumento do gasto público e do inchaço do Estado.
- Silvio Navarro (Revista Oeste)