pollyanna on Nostr: outro conto de 2020 --- Aquela escada parecia interminável e a moça que a subia, ...
outro conto de 2020
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Aquela escada parecia interminável e a moça que a subia, por muitas vezes, precisou se apoiar na parede ao lado. Ela estava cansada e com seus joelhos doloridos mas, ainda assim, subia.
Em um desses momentos de descanso, a mulher olhou para o degrau em que estava e viu uma mancha preta com um formato circular. A moça passou seus dedos na mancha e viu que conseguira limpar a escada, mas ficou com seus dedos sujos.
Continuou seguindo e no próximo descanso viu mais alguma coisa no degrau onde estava. Era uma mancha branca. Fez o mesmo processo e seus dedos ficaram sujos novamente. Não mais pretos. Agora estavam brancos.
Começou a subir observando cada degrau e em todos eles encontrava algo em que tocar e sempre ficava com os dedos cheios daquilo em que encostava.
O caminho foi ficando menos cansativo e a subida não parecia mais tão difícil. Estava animada e tranquila e continuou seu percurso.
Até que chegou no último degrau e, antes que ela pudesse olhar para ele, viu que não havia nada à frente - apenas o vazio. Ela se desesperou e quis voltar, mas os degraus abaixo estavam embaçados, como se fossem desaparecer a qualquer momento.
Sem conseguir olhar para frente ou para trás, olhou para baixo e viu seus pés bem apoiados naquele degrau. Junto deles havia um embrulho. Ela o abriu e sorriu. Agora sabia que podia seguir. Se lembrou que tinha tudo de que precisava para entrar no vazio e ser atravessada pelo novo que surgiria. O que estava embrulhado era um lenço com uma borboleta bordada.
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Aquela escada parecia interminável e a moça que a subia, por muitas vezes, precisou se apoiar na parede ao lado. Ela estava cansada e com seus joelhos doloridos mas, ainda assim, subia.
Em um desses momentos de descanso, a mulher olhou para o degrau em que estava e viu uma mancha preta com um formato circular. A moça passou seus dedos na mancha e viu que conseguira limpar a escada, mas ficou com seus dedos sujos.
Continuou seguindo e no próximo descanso viu mais alguma coisa no degrau onde estava. Era uma mancha branca. Fez o mesmo processo e seus dedos ficaram sujos novamente. Não mais pretos. Agora estavam brancos.
Começou a subir observando cada degrau e em todos eles encontrava algo em que tocar e sempre ficava com os dedos cheios daquilo em que encostava.
O caminho foi ficando menos cansativo e a subida não parecia mais tão difícil. Estava animada e tranquila e continuou seu percurso.
Até que chegou no último degrau e, antes que ela pudesse olhar para ele, viu que não havia nada à frente - apenas o vazio. Ela se desesperou e quis voltar, mas os degraus abaixo estavam embaçados, como se fossem desaparecer a qualquer momento.
Sem conseguir olhar para frente ou para trás, olhou para baixo e viu seus pés bem apoiados naquele degrau. Junto deles havia um embrulho. Ela o abriu e sorriu. Agora sabia que podia seguir. Se lembrou que tinha tudo de que precisava para entrar no vazio e ser atravessada pelo novo que surgiria. O que estava embrulhado era um lenço com uma borboleta bordada.