Why Nostr? What is Njump?
Wilhelm von Freiheitsberg
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2024-09-30 14:34:23

Wilhelm von Freiheitsberg on Nostr: Eu nunca fui um gamer, deixei de jogar por volta dos 16 anos, o único jogo que ainda ...

Eu nunca fui um gamer, deixei de jogar por volta dos 16 anos, o único jogo que ainda acompanho (mas não jogo tanto quanto gostaria) é o xadrez. Mas gosto de assistir algumas gameplays de vez em quando pra relaxar.

Recentemente encontrei um canal chamado DayDream Gaming, onde ele basicamente caminha em mundos abertos de jogos tipo Watch Dogs, Starfield, Cyberpunk 2077, entre outros. A indústria dos jogos é uma das maiores na atualidade e tem um impacto muito grande nas camadas mais vulneráveis intelectualmente que são os adolescentes e jovens adultos. Não é a toa que muitos gamers mais velhos reclamam de lacração nos jogos hoje em dia.

Porém a lacração não é o ponto aqui, eu gostaria de falar mais na sensação gerada dos ambientes construídos no Cyberpunk 2077. Apesar dos bugs, o time de direção de arte fez um trabalho incrível. Na playlist do Cyberpunk 2077 do canal que eu citei, você pode passar horas imerso naquele mundo observando os mínimos detalhes da Night City.

https://www.youtube.com/playlist?list=PL0md4p3yznb-USw4AKXA7oPlERVpfTJgJ

Algo que me chamou atenção é que para que o jogo te desperte uma sensação de distopia tecnológica (típica de mundos cyberpunks) eles focaram na sujeira das ruas, vulgaridade sexual e simplicidade estética nas propagandas, arquitetura hostil (quando se coloca obstáculos contra mendigos em infraestrutura pública), arquitetura brutalista (inclusive inspirado em um prédio famoso de Bratislava). Enfim, vários elementos que te trazem essa sensação de decadência.

https://www.youtube.com/watch?v=593p7dR3qcs
https://www.youtube.com/watch?v=00zAXvvWZr4

Em contrapartida alguns únicos oásis de organização e beleza estão nas camadas superiores da cidade, logo a decadência fica no nível da rua ou mais baixo e a beleza e ordem em locais privados em níveis mais altos. Outro ponto interessante são propagandas de segurança privada e anúncios do departamento de polícia da Night City avisando que fora da jurisdição da cidade é recomendável usar coletes a prova de balas e que eles não têm nenhuma responsabilidade fora daquele perímetro.

Uma das coisas que me chamou atenção foi a propaganda política da cidade falando algo como "nós acreditamos no direito de portar armas, nós acreditamos na liberdade" (não lembro muito bem da citação direta). Posso estar viajando aqui, mas me parede uma sutil tentativa de vincular esse discurso com a distopia da cidade, enfim, vejam e me digam o que acham.

Meu ponto era chamar a atenção de vocês para as ideias principais dos universos cyberpunks, como o desenvolvimentos tecnológico por si só sem uma base moral (e falo moral no sentido de uma busca individual e coletiva da verdade, justiça, bem...), crescimento do poder corporativo e estatal para o controle social e apelo sexual.

Tudo isso soa familiar porque o universo cyberpunk foi uma extrapolação das coisas ruins já manifestas nos anos 70/80. Escritores de ficção são observadores sociais e muitas vezes acabam prevendo grandes tendências.

O post era só para compartilhar essa minha viagem mental assistindo a playlist no final de semana haha, mas acho importante salientar que se não imaginarmos o nosso futuro desejável, iremos apenas seguir o fluxo natural das megas tendências. Temos como criar agora nossas sementes de futuro com familiares, amigos e rede local.
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