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2024-11-26 10:35:00

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Juiz e potencial vítima: permanência de Moraes em investigação contra Bolsonaro pode levar à anulação


Investigações da https://www.gov.br/pf/pt-br
revelaram um suposto plano para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin.


De acordo com https://www.estadao.com.br/politica/permanencia-de-moraes-em-inquerito-contra-bolsonaro-pode-gerar-brechas-alertam-juristas/
pelo jornal O Estado de S. Paulo, a investigação reforça o fato de que o magistrado deveria se declarar impedido de julgar os casos que envolvem a suposta tentativa de golpe de Estado.


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Os especialistas afirmaram à reportagem que os fatos revelados pela PF são graves e exigem uma apuração rigorosa. Como Moraes seria um alvo direto, o ideal é que ele se declarasse impedido de continuar na condução do inquérito na Corte.


Os juristas argumentam essa medida pode evitar que brechas processuais sejam exploradas pelas defesas dos envolvidos e que poderiam levar à anulação do caso.


Em fevereiro, o ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, rejeitou um pedido da defesa de Bolsonaro pelo impeachment de Moraes. “Para essa finalidade, não são suficientes as alegações genéricas e subjetivas, destituídas de embasamento jurídico”, disse o magistrado.




https://www.youtube.com/watch?v=iIR5NWGhmoQ




Na última semana, o decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, também manifestou apoio à permanência de Moraes na condução dos inquéritos nos quais é apontado como vítima. Mendes afirmou que “seria um absurdo” e que “não faz sentido” afastar Moraes do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado.


Depois do indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas, cabe à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir pela apresentação da denúncia. Em seguida, Moraes, como relator do inquérito, pode optar por submeter a denúncia à apreciação da Primeira Turma do STF ou levá-la ao Plenário, que reúne os 11 ministros da Corte.


Por fim, vai caber ao Supremo decidir se aceita a denúncia e inicia o processo ou se arquiva o pedido.



O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou o fato de o ministro Alexandre de Moraes ser o relator da ação | Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil


“Neste caso específico, me parece que é de toda prudência que o ministro se afaste da relatoria, para que o tribunal não fique sob suspeita, sob questionamento, sob discussão. Isso preservaria mais a imagem do tribunal”, afirma ao Estadão o professor de Direito Constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF) Gustavo Sampaio.


Ele acrescenta que, caso Moraes se declare impedido, a relatoria será redistribuída por sorteio entre os ministros do STF.


Postura de Moraes é contraditória


O jurista e ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Wálter Maierovitch concorda. Para ele, Moraes deveria se declarar suspeito, não apenas por figurar como possível vítima, mas por ter conduzido o inquérito, desempenhando um papel semelhante ao de um juiz de garantias.


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Embora o instituto seja aplicável apenas à primeira instância, Maierovitch considera contraditória a postura de Moraes ao permanecer no caso.


“Ora, se eles defenderam isso, é uma hipocrisia virarem agora as costas", afirmou ao jornal. "E uma contradição. Nós estamos numa situação patética. Como o Brasil vai ser visto internacionalmente com um juiz que é vítima e julgador? [...] Sou professor de processo penal e isso é estarrecedor para quem atua como operador dessa área do direito processual, constitucional e penal."


Em sua avaliação, a amplitude de atribuições exercidas por Moraes guarda semelhanças com o ocorrido na Operação Lava Jato, quando o então juiz Sérgio Moro foi criticado por sua atuação em diferentes investigações.


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“Tivemos o caso da parcialidade do Moro", disse. "Será que já esquecemos? É preciso levar em conta o histórico de Moraes, não é só esse inquérito."


Maierovitch destacou ao Estadão que a permanência do ministro no caso pode gerar contestações futuras por parte das defesas dos investigados, especialmente por meio da arguição de suspeição.

O post https://revistaoeste.com/politica/permanencia-de-moraes-em-investigacao-sobre-golpe-pode-anular-o-caso/
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