The Narrator on Nostr: **Não existe tirano bonzinho** *Artigo de Rodrigo Constantino publicado em ...
**Não existe tirano bonzinho**
*Artigo de Rodrigo Constantino publicado em 10/02/2025*
O STF liberou, sob inúmeras restrições ainda, várias contas de perseguidos políticos nas redes sociais. Monark, Guilherme Fiuza, Bernardo Kuster, entre outros, puderam retomar o controle de suas contas suspensas nas plataformas por ordens ilegais de Alexandre de Moraes. O que está acontecendo, afinal?
Muitos comemoraram, acreditando se tratar de um ajuste às vésperas da visita do senhor Pedro Vaca e sua comissão da OEA. Não resta dúvidas de que há fortes ventos de mudança no mundo por conta da nova gestão Trump, demandando postura imparcial de quem recebe financiamento do governo americano. Mas houve mudança para valer que deva ser comemorada?
É cedo demais para dizer. Essa turma do STF vem dobrando a aposta até aqui, e eis que decide jogar algumas migalhas aos perseguidos para sinalizar normalidade institucional no país. É cálculo pragmático de quem não quer perder o poder. Não existe tirano bozinho ou arrependido, isso está claro. Por isso mesmo é importante aumentar a pressão, em vez de considerar essas migalhas uma espécie de “bandeira branca”.
O advogado Andre Marsiglia também acredita que é cedo demais para celebrar: “Penso que o mais provável é que o STF queira, durante a semana de visita da CIDH, dar uma impressão de normalidade ao país, com o retorno de contas famosas. É colocar a poeira mais visível debaixo do tapete, enquanto a visita não vai embora. Tomara que eu esteja errado, mas o país construiu uma estrutura sólida de censura que não se desfaz da noite para o dia. O ‘efeito trump’ poderá ser relevante no desmantelamento da estrutura, mas, a meu ver, é ingênuo crer que será instantâneo”.
Leandro Ruschel também se mostrou cético: “A liberação de alguns perfis que estavam censurados não representa o fim do regime de repressão política contra a direita, infelizmente. Todos os procedimentos persecutórios seguem abertos, e qualquer brasileiro segue a uma canetada de ser proscrito nas redes sociais. Segundo a imprensa, a decisão que liberou os perfis prevê multas pesadíssimas a quem voltar a postar ‘desinformação ou discurso de ódio contra as instituições’.
Ora, o que exatamente seria isso? Pelo que vimos nos últimos vários anos de repressão, é qualquer coisa que desagrade o establishment. Esses processos todos devem ser anulados, assim como as penas impostas aos perseguidos políticos. A Constituição precisa voltar a ser respeitada. Só assim acabará o estado de exceção, no Brasil”.
Sim, os tiranos supremos brasileiros sabem que o jogo mudou e que Donald Trump não está de brincadeira. Eles também sabem que Elon Musk está trabalhando para expor o verdadeiro golpe ocorrido no Brasil, com ajuda internacional. Eles vão ajustar as velas para navegar mares mais revoltos, mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, um recuo sincero em seu autoritarismo. Até porque eles sabem que deixaram rastros e que podem ser punidos por seus crimes.
Os acenos que fazem, portanto, são tímidos demais e falsos demais. Não devem ser percebidos como mudança real de postura, eis o ponto. Os defensores da liberdade precisam intensificar a pressão e cobrar transparência, assim como denunciar esses tiranos em todas as esferas.
De minha parte, como um perseguido que continua sob censura prévia, com passaporte cancelado e contas bancárias congeladas, vou trabalhar até o fim para expor as ilegalidades praticadas por Moraes e seus cúmplices. E vale lembrar que fizeram tudo isso com um cidadão americano. Não quero vingança; mas quero justiça!
Fonte: Não existe tirano bonzinho
https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/nao-existe-tirano-bonzinho-stf-censura/
*Artigo de Rodrigo Constantino publicado em 10/02/2025*
O STF liberou, sob inúmeras restrições ainda, várias contas de perseguidos políticos nas redes sociais. Monark, Guilherme Fiuza, Bernardo Kuster, entre outros, puderam retomar o controle de suas contas suspensas nas plataformas por ordens ilegais de Alexandre de Moraes. O que está acontecendo, afinal?
Muitos comemoraram, acreditando se tratar de um ajuste às vésperas da visita do senhor Pedro Vaca e sua comissão da OEA. Não resta dúvidas de que há fortes ventos de mudança no mundo por conta da nova gestão Trump, demandando postura imparcial de quem recebe financiamento do governo americano. Mas houve mudança para valer que deva ser comemorada?
É cedo demais para dizer. Essa turma do STF vem dobrando a aposta até aqui, e eis que decide jogar algumas migalhas aos perseguidos para sinalizar normalidade institucional no país. É cálculo pragmático de quem não quer perder o poder. Não existe tirano bozinho ou arrependido, isso está claro. Por isso mesmo é importante aumentar a pressão, em vez de considerar essas migalhas uma espécie de “bandeira branca”.
O advogado Andre Marsiglia também acredita que é cedo demais para celebrar: “Penso que o mais provável é que o STF queira, durante a semana de visita da CIDH, dar uma impressão de normalidade ao país, com o retorno de contas famosas. É colocar a poeira mais visível debaixo do tapete, enquanto a visita não vai embora. Tomara que eu esteja errado, mas o país construiu uma estrutura sólida de censura que não se desfaz da noite para o dia. O ‘efeito trump’ poderá ser relevante no desmantelamento da estrutura, mas, a meu ver, é ingênuo crer que será instantâneo”.
Leandro Ruschel também se mostrou cético: “A liberação de alguns perfis que estavam censurados não representa o fim do regime de repressão política contra a direita, infelizmente. Todos os procedimentos persecutórios seguem abertos, e qualquer brasileiro segue a uma canetada de ser proscrito nas redes sociais. Segundo a imprensa, a decisão que liberou os perfis prevê multas pesadíssimas a quem voltar a postar ‘desinformação ou discurso de ódio contra as instituições’.
Ora, o que exatamente seria isso? Pelo que vimos nos últimos vários anos de repressão, é qualquer coisa que desagrade o establishment. Esses processos todos devem ser anulados, assim como as penas impostas aos perseguidos políticos. A Constituição precisa voltar a ser respeitada. Só assim acabará o estado de exceção, no Brasil”.
Sim, os tiranos supremos brasileiros sabem que o jogo mudou e que Donald Trump não está de brincadeira. Eles também sabem que Elon Musk está trabalhando para expor o verdadeiro golpe ocorrido no Brasil, com ajuda internacional. Eles vão ajustar as velas para navegar mares mais revoltos, mas isso não quer dizer, em hipótese alguma, um recuo sincero em seu autoritarismo. Até porque eles sabem que deixaram rastros e que podem ser punidos por seus crimes.
Os acenos que fazem, portanto, são tímidos demais e falsos demais. Não devem ser percebidos como mudança real de postura, eis o ponto. Os defensores da liberdade precisam intensificar a pressão e cobrar transparência, assim como denunciar esses tiranos em todas as esferas.
De minha parte, como um perseguido que continua sob censura prévia, com passaporte cancelado e contas bancárias congeladas, vou trabalhar até o fim para expor as ilegalidades praticadas por Moraes e seus cúmplices. E vale lembrar que fizeram tudo isso com um cidadão americano. Não quero vingança; mas quero justiça!
Fonte: Não existe tirano bonzinho
https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/nao-existe-tirano-bonzinho-stf-censura/