Camarada Sobrinho on Nostr: 2009. 2020. 2024. Não posso deixar de notar as semelhanças entre o início de 2020 ...
2009. 2020. 2024.
Não posso deixar de notar as semelhanças entre o início de 2020 com o início de 2024.
Quero trazer algumas reflexões voltadas para esse 3 de janeiro. Tire suas próprias conclusões (para bom entendedor, meia palavra basta).
Em 3 de janeiro de 2020, o major-general da Guarda Revolucionária Islâmica (exército iraniano) Qasseim Soleimani foi assassinado por mísseis disparados por drones americanos próximos ao Aeroporto de Bagdá no Iraque. A comoção foi gigantesca, já que o Soleimani era uma figura extremamente popular no Irã. O general foi um dos principais expoentes na luta contra o avanço do Estado Islâmico (ISIS), sendo admirado principalmente por cristãos e muçulmanos xiitas.
[Funeral de Qasseim Soleimani]
Alinhados ao Irã, estão o Hezbollah e o Hamas, grupos políticos com suas brigadas paramilitares que, apesar de suas divergências (o Hezbollah xiita e o Hamas sunita), estão em co-beligerância no atual conflito que teve um novo episódio no fim de 2023. A coisa foi escalando e envolvendo cada vez mais países do mundo.
[Soldado do Hezbollah protege igreja na Síria]
Ontem (2 de janeiro), numa operação aérea de Israel, o vice-presidente do Hamas, Saleh Al-Arouri, foi morto em Beirute (no Líbano), ameaçando diretamente o próprio Hezbollah (já que o Líbano é o centro de operações do grupo). Hoje, no dia 3, uma procissão gigantesca em Teerã, em homenagem aos 4 anos da morte do general Soleimani foi alvo de um atentado a bombas que até o presente momento já ceifou a vida de mais de 200 iranianos. O atentado é muito provavelmente ligado ao Estado Islâmico.
[Saleh Al-Arouri possuía uma prêmio de US$5.000.000 por sua cabeça]
De todo modo, o cenário é muito complexo e exige uma série de contextos retroativos para poder ser entendido de maneira satisfatória e evitando imprecisões históricas, políticas e afins. Entendo que a maior parte dos brasileiros possui um conhecimento reduzido da situação do Oriente Médio e costuma colocar as coisas no mesmo balaio. E tudo bem, não tenho espaço (nem conhecimento suficiente) para abordar tudo isso aqui.
Aquilo que eu creio que qualquer pessoa normal defenda (independente de religião, viés político-econômico, etnia, idade, etc.) é que a guerra é indesejável e que devemos buscar a paz sempre que possível.
A tendência inescapável na direção da guerra, do conflito, da violação da liberdade e da propriedade é própria da natureza humana nesse mundo defeituoso, sendo ela por si só capaz de moldar comportamentos e ambientes (também sendo mais fortalecida e incentivadas por determinadas circunstâncias). E assim surge a moeda fiduciária.
Os Estados Unidos, por exemplo, só foi capaz de sustentar suas políticas de guerra perpétua em lugares como Iraque e Afeganistão, principalmente por empréstimos feitos pelo governo americano. Isso é possível por causa da política monetária do Federal Reserve (Banco Central Americano), que tem mantido as taxas de juros relativamente baixas por meio de flexibilização quantitativa.
Em resumo, isso é literalmente imprimir dinheiro. O estado vende títulos para o mercado com a promessa de pagar no futuro, usando o valor das vendas desses títulos para pagar por essas guerras.
Ao contrário da moeda fiduciária, o Bitcoin possui uma oferta total imutável, que não pode ser alterada ou manipulada pelo bel prazer de uma entidade central ou de um grupo de poder. Isso significa que, se as nações o adotassem como principal reserva, as taxas de juros sobre o capital emprestado seriam muito mais altas. Isso tornaria as guerras impopulares e muito mais difíceis para os governos sustentarem (tendo em vista que não seria mais possível criar dinheiro do nada e empurrar o custo dessa expansão monetária para a camada mais baixa da população).
Estas guerras eternas provavelmente seriam extintas ou reduzidas em um mundo sobre o Padrão Bitcoin, gerando incentivo para um sistema de segurança muito mais defensivo do que expansionista.
O Bitcoin possui uma escassez intrínseca e uma política monetária completamente previsível, e isso é essencial para uma moeda funcionar efetivamente como reserva de valor, já que isso incentiva a poupança ao invés do gasto impulsivo. E esse gasto impulsivo nos encaminha para práticas sociais destrutivas e hedonistas (como pornografia, drogas, destruição do meio ambiente, obsolecência programada, etc.), assim como para a fabricação de inimigos imaginários que justifiquem o aumento de gastos públicos (os terroristas, a extrema-direita, os comunistas, os negacionistas, os lacradores, etc.).
Eu enfatizo: se os governos e instituições financeiras fossem obrigados a pagar taxas de juros mais elevadas por utilizar o Bitcoin como garantia, isso desencorajaria o endividamento excessivo, secando o financiamento das guerras.
Não foi em vão que o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, deixou uma mensagem no primeiro bloco do Bitcoin no dia 3 de janeiro de 2009. Como uma pedra de fundação irremovível, imutável e com seu conteúdo eternamente contido nos próximos blocos, a manchete do jornal The Times foi incluída por Satoshi como a mensagem inaugural da rede do Bitcoin: "Chancellor on brink of second bailout for banks" (Chanceler à beira de segundo resgate aos bancos).
Isso demonstra fortemente como o Bitcoin foi criado não como uma mera curiosidade tecnológica, matemática ou financeira, mas como uma resposta direta ao éthos do sistema financeiro tradicional. E não dito por Satoshi abertamente, mas completamente explícito e destacado na capa do jornal The Times do dia 3 de janeiro de 2009 está "Israel prepares to send tanks and troops into Gaza" (Israel se prepara para enviar tanques e tropas para Gaza).
[“At least 430 palestinians were killed in a week…”]
E é aí que vemos que no sistema fiduciário, a história sempre vai se repetir (ou pelo menos rimar). Seja em 2009, em 2020 ou em 2024. Sem dúvida o Bitcoin foi um protesto não só ao sistema financeiro atual em que bancos se conluiam junto ao estado para explorar a classe realmente produtiva, mas também uma resposta à indústria psicossocial da guerra que financia o expansionismo militar através do inflacionismo econômico.
O Bitcoin veio justamente para romper com tudo isso. Não é sobre jogar na loteria e ficar rico, não é sobre especulação, não é sobre uma mera curiosidade tecnicista, é sobre a construção de uma realidade em que quem não trabalha, não come.
Não posso deixar de notar as semelhanças entre o início de 2020 com o início de 2024.
Quero trazer algumas reflexões voltadas para esse 3 de janeiro. Tire suas próprias conclusões (para bom entendedor, meia palavra basta).
Em 3 de janeiro de 2020, o major-general da Guarda Revolucionária Islâmica (exército iraniano) Qasseim Soleimani foi assassinado por mísseis disparados por drones americanos próximos ao Aeroporto de Bagdá no Iraque. A comoção foi gigantesca, já que o Soleimani era uma figura extremamente popular no Irã. O general foi um dos principais expoentes na luta contra o avanço do Estado Islâmico (ISIS), sendo admirado principalmente por cristãos e muçulmanos xiitas.
[Funeral de Qasseim Soleimani]
Alinhados ao Irã, estão o Hezbollah e o Hamas, grupos políticos com suas brigadas paramilitares que, apesar de suas divergências (o Hezbollah xiita e o Hamas sunita), estão em co-beligerância no atual conflito que teve um novo episódio no fim de 2023. A coisa foi escalando e envolvendo cada vez mais países do mundo.
[Soldado do Hezbollah protege igreja na Síria]
Ontem (2 de janeiro), numa operação aérea de Israel, o vice-presidente do Hamas, Saleh Al-Arouri, foi morto em Beirute (no Líbano), ameaçando diretamente o próprio Hezbollah (já que o Líbano é o centro de operações do grupo). Hoje, no dia 3, uma procissão gigantesca em Teerã, em homenagem aos 4 anos da morte do general Soleimani foi alvo de um atentado a bombas que até o presente momento já ceifou a vida de mais de 200 iranianos. O atentado é muito provavelmente ligado ao Estado Islâmico.
[Saleh Al-Arouri possuía uma prêmio de US$5.000.000 por sua cabeça]
De todo modo, o cenário é muito complexo e exige uma série de contextos retroativos para poder ser entendido de maneira satisfatória e evitando imprecisões históricas, políticas e afins. Entendo que a maior parte dos brasileiros possui um conhecimento reduzido da situação do Oriente Médio e costuma colocar as coisas no mesmo balaio. E tudo bem, não tenho espaço (nem conhecimento suficiente) para abordar tudo isso aqui.
Aquilo que eu creio que qualquer pessoa normal defenda (independente de religião, viés político-econômico, etnia, idade, etc.) é que a guerra é indesejável e que devemos buscar a paz sempre que possível.
A tendência inescapável na direção da guerra, do conflito, da violação da liberdade e da propriedade é própria da natureza humana nesse mundo defeituoso, sendo ela por si só capaz de moldar comportamentos e ambientes (também sendo mais fortalecida e incentivadas por determinadas circunstâncias). E assim surge a moeda fiduciária.
Os Estados Unidos, por exemplo, só foi capaz de sustentar suas políticas de guerra perpétua em lugares como Iraque e Afeganistão, principalmente por empréstimos feitos pelo governo americano. Isso é possível por causa da política monetária do Federal Reserve (Banco Central Americano), que tem mantido as taxas de juros relativamente baixas por meio de flexibilização quantitativa.
Em resumo, isso é literalmente imprimir dinheiro. O estado vende títulos para o mercado com a promessa de pagar no futuro, usando o valor das vendas desses títulos para pagar por essas guerras.
Ao contrário da moeda fiduciária, o Bitcoin possui uma oferta total imutável, que não pode ser alterada ou manipulada pelo bel prazer de uma entidade central ou de um grupo de poder. Isso significa que, se as nações o adotassem como principal reserva, as taxas de juros sobre o capital emprestado seriam muito mais altas. Isso tornaria as guerras impopulares e muito mais difíceis para os governos sustentarem (tendo em vista que não seria mais possível criar dinheiro do nada e empurrar o custo dessa expansão monetária para a camada mais baixa da população).
Estas guerras eternas provavelmente seriam extintas ou reduzidas em um mundo sobre o Padrão Bitcoin, gerando incentivo para um sistema de segurança muito mais defensivo do que expansionista.
O Bitcoin possui uma escassez intrínseca e uma política monetária completamente previsível, e isso é essencial para uma moeda funcionar efetivamente como reserva de valor, já que isso incentiva a poupança ao invés do gasto impulsivo. E esse gasto impulsivo nos encaminha para práticas sociais destrutivas e hedonistas (como pornografia, drogas, destruição do meio ambiente, obsolecência programada, etc.), assim como para a fabricação de inimigos imaginários que justifiquem o aumento de gastos públicos (os terroristas, a extrema-direita, os comunistas, os negacionistas, os lacradores, etc.).
Eu enfatizo: se os governos e instituições financeiras fossem obrigados a pagar taxas de juros mais elevadas por utilizar o Bitcoin como garantia, isso desencorajaria o endividamento excessivo, secando o financiamento das guerras.
Não foi em vão que o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, deixou uma mensagem no primeiro bloco do Bitcoin no dia 3 de janeiro de 2009. Como uma pedra de fundação irremovível, imutável e com seu conteúdo eternamente contido nos próximos blocos, a manchete do jornal The Times foi incluída por Satoshi como a mensagem inaugural da rede do Bitcoin: "Chancellor on brink of second bailout for banks" (Chanceler à beira de segundo resgate aos bancos).
Isso demonstra fortemente como o Bitcoin foi criado não como uma mera curiosidade tecnológica, matemática ou financeira, mas como uma resposta direta ao éthos do sistema financeiro tradicional. E não dito por Satoshi abertamente, mas completamente explícito e destacado na capa do jornal The Times do dia 3 de janeiro de 2009 está "Israel prepares to send tanks and troops into Gaza" (Israel se prepara para enviar tanques e tropas para Gaza).
[“At least 430 palestinians were killed in a week…”]
E é aí que vemos que no sistema fiduciário, a história sempre vai se repetir (ou pelo menos rimar). Seja em 2009, em 2020 ou em 2024. Sem dúvida o Bitcoin foi um protesto não só ao sistema financeiro atual em que bancos se conluiam junto ao estado para explorar a classe realmente produtiva, mas também uma resposta à indústria psicossocial da guerra que financia o expansionismo militar através do inflacionismo econômico.
O Bitcoin veio justamente para romper com tudo isso. Não é sobre jogar na loteria e ficar rico, não é sobre especulação, não é sobre uma mera curiosidade tecnicista, é sobre a construção de uma realidade em que quem não trabalha, não come.