Kleber Macedo on Nostr: Ao contrário da crença comum, mesmo entre os mais instruídos, Huxley e Orwell não ...
Ao contrário da crença comum, mesmo entre os mais instruídos, Huxley e Orwell não profetizaram a mesma coisa. Orwell alerta que seremos subjugados por uma opressão imposta externamente. Mas, na visão de Huxley, não é necessário um Grande Ditador para privar as pessoas de sua autonomia, maturidade e história. Segundo ele, as pessoas passarão a amar sua opressão, a adorar as tecnologias que anulam sua capacidade de pensar.
O que Orwell temia eram aqueles que proibissem os livros. O que Huxley temia era que não houvesse razão para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse lê-lo. Orwell temia aqueles que nos privariam de informações. Huxley temia aqueles que nos dariam tanto que seríamos reduzidos à passividade e ao egoísmo.
Orwell temia que a verdade nos fosse escondida. Huxley temia que a verdade fosse afogada num mar de irrelevância. Orwell temia que nos tornássemos uma cultura manipulada. Huxley temia que nos tornássemos uma cultura trivial, preocupada com algum equivalente dos filmes sensíveis, da orgia e do descontrole generalizado.
Como Huxley observou em Retorno ao Admirável Mundo Novo, os libertários civis e os racionalistas que estão sempre alertas para se oporem à tirania "não levaram em conta o apetite quase infinito do homem por distrações".
"Em 1984", acrescentou Huxley, "as pessoas são controladas infligindo dor. No Admirável Mundo Novo, elas são controladas infligindo prazer."
Em suma, Orwell temia que aquilo que odiamos nos arruinasse. Huxley temia que aquilo que amamos nos arruinasse.
Neil Postman, em “Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business”
O que Orwell temia eram aqueles que proibissem os livros. O que Huxley temia era que não houvesse razão para proibir um livro, pois não haveria ninguém que quisesse lê-lo. Orwell temia aqueles que nos privariam de informações. Huxley temia aqueles que nos dariam tanto que seríamos reduzidos à passividade e ao egoísmo.
Orwell temia que a verdade nos fosse escondida. Huxley temia que a verdade fosse afogada num mar de irrelevância. Orwell temia que nos tornássemos uma cultura manipulada. Huxley temia que nos tornássemos uma cultura trivial, preocupada com algum equivalente dos filmes sensíveis, da orgia e do descontrole generalizado.
Como Huxley observou em Retorno ao Admirável Mundo Novo, os libertários civis e os racionalistas que estão sempre alertas para se oporem à tirania "não levaram em conta o apetite quase infinito do homem por distrações".
"Em 1984", acrescentou Huxley, "as pessoas são controladas infligindo dor. No Admirável Mundo Novo, elas são controladas infligindo prazer."
Em suma, Orwell temia que aquilo que odiamos nos arruinasse. Huxley temia que aquilo que amamos nos arruinasse.
Neil Postman, em “Amusing Ourselves to Death: Public Discourse in the Age of Show Business”