Domini on Nostr: ...

Opinião --> Ocorrida a premiação do Grammy 2025 creio não haver necessidade de abordagem sobre o evento, foi irrelevante, foi-se dito mais sobre a vergonha de Kanye West, que esteve tranquilo frente à exposição pública de nudez de sua esposa, Bianca Censori, do que sobre a qualidade musical de artistas premiados. Dado o período em que nos encontramos, começo do ano e em um mês marcado pelos hits de carnaval, os ouvidos sofrem duras penas ao se deparar com ausência de significado aos sons que neles chegam, nesse período damos espaço em festejos para canções que se limitam ao entretenimento corpóreo, somente, e que não adentram mais camadas essenciais que dizem à nós algo, isso pois a música “pop”, que em prática é música privada, não tem por fim nos dignificar, mas nos empobrecer para tomar de nós as nossas atenções por via do apodrecimento de nossas mentes.
Ao citar Kanye West passo por pensar que nunca fui chegado no som do artista, já busquei ouvir álbuns deste porém nunca entendi a genialidade de Kanye West, e seus fãs agem como se o próprio fosse aquilo que ele se autoafirma, no caso, uma lenda viva. Sonoramente o artista vive de samples, e compor raps que operam sobre lógica de rimas por mensagens rasas não o torna gênio, isso é, se feita uma lista de 100 maiores poetas da história, sejam essas poesias no geral, dificilmente Kanye West poderia ser citado numa mesma lista que contenha Homero, Hesíodo, Lucrécio, São Boécio, Dante, Villon, Juan Ruiz, São João da Cruz entre outros, e se feita uma lista dos 1000 maiores compositores da história, dificilmente Kanye West poderia ser colocado em uma lista com Sebastian Bach, Joseph Haydn, Frédéric Chopin, Santa Hildegarda de Bingen, Minnesänger, Francisco Guerrero e afins, e se adentrar o período contemporâneo há nomes como de Louis Armstrong, Miles Davis, Tom Jobim e etc. Contudo, Kanye West poderia ser citado como gênio somente dentro de um microverso do hip hop e da música pop, que existe sobre contexto de decadência universal da música, não querendo desmerecer, porém o mesmo caberia sobre nomes como John Lennon, Paul McCartney, Roger Waters, Robert Plant, David Bowie e etc. no microverso do rock, Madonna, Michael Jackson, Prince e demais outros no microverso do pop, são bons músicos, porém nada além.
Poderia eu passar um tempo discorrendo sobre o trabalho de Kanye West, como na adolescência quando me aventurei a escrever resenhas sobre álbuns quais eu passava horas ouvindo por duas, três ou cinco vezes, ninguém lia as resenhas, mas havia prazer em escrever sobre o que eu havia gostado ou desgostado, no entanto hoje não enxergo mais sentido nessa prática, uma vez que o prazer em ouvir música se foi. Ao me aventurar por busca de coisas novas eu posso encontrar, mas nenhuma delas sacia meu desejo por uma qualidade impecável que dialogue com o que há de invisível em mim, e cada vez mais os nichos microuniversais se tornam viciosos em resgates “canibalescos” e adaptações às tecnologias modernas.
É difícil para um sujeito nascido do século XX em diante assumir que seu consumo musical é pobre e farsesco, mesmo que envolva um circuito de gostos e emoções na experiência musical de sua personalidade. Gosto bastante de músicas populares, porém devo eu assumir a inferioridade sonora em comparação à música erudita, e o único perfil qual nega essa escalabilidade qualitativa nos sons é o perfil que rejeita a erudição musical em detrimento de uma suposta “libertação” pela podridão sonora, partindo da crença de que na miséria anticultural há presença das alegrias reais do ser, essas corpóreas e de estímulos animalescos voltados ao sexo e à violência, esse perfil em específico possui ojeriza até mesmo pelas boas músicas populares, por terem consigo influências do erudito. Gosto da música erudita, porém levo em conta que existem dimensões do corriqueiro que estão somente presentes nas músicas populares, e que aquele nega quer somente o bom, sem ater-se à própria realidade mundana, é negador de si e da própria natureza.
Viver em completude com as artes sonoras implica por estar já acostumado com músicas populares, eruditas e sacras, o que não é comum às massas, pois parte majoritaria da população está imersa por inteira na música “popular” de entretenimento, submetida essa parte à escravidão das tendências, domadas por batidas que simulam a repetição voltada ao sexo, com falsos poemas quais abordam sobre amores carnais, posições sexuais, adultério e orgias, ou à violênica bruta, com apologia contra a polícia, enaltecimento do narcoterrorismo e apologia ao homicídio.
Os sons que compõem as artes do tempo presente são emitidos por farsantes, isso é, reais máfias sabotadoras do ser e que, por meio dos sons, evocam o que de pior há nos seres, muitos de seus produtos (artistas) são criminosos ligados à facções subversivas e com históricos pesados de práticas degradantes, que se não possuem uma lista vasta de ex-namorados(as) usados(as) como inspirações para músicas de caráter irrisório ao intelecto do ser, possuem no histórico abusos sexuais (incluindo troca de favores), pederastia, ped*f*li*, práticas de est*p***, omissão, apoio à governos corruptos, consumo e tráfico de drogas, prostituição e etc.
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