Camarada Sobrinho on Nostr: “À medida que os estados se fundem com a internet e o futuro de nossa ...
“À medida que os estados se fundem com a internet e o futuro de nossa civilização se torna o futuro da internet, devemos redefinir as relações de força. Se não o fizermos, a universalidade da internet fundirá a humanidade global em uma rede gigante de vigilância e controle de massa.”
- Julian Assange em seu livro "Cypherpunks: Liberdade e o Futuro da Internet"
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Sam Altman e Elon Musk buscam o mesmo: verificação em larga escala da identidade de toda a população global com o objetivo de controlar e monitorar de maneira perfeita a vida de bilhões de indivíduos.
É bizarro ver tão pouco alerta da esfera acadêmica-midiática sobre as implicações práticas dessas ações no âmbito da privacidade e liberdade individual. Como podemos aceitar abordagens que centralizam dados de identificação em larga escala? Como podemos aceitar que saibam tudo sobre nossos passos e nossa individualidade? Isso não te preocupa?
Os termos "big tech" e "big data" já não são capazes de abarcar satisfatoriamente o tamanho desse aparato. Cruzamentos de dados entre diferentes redes, sincronizando e triangulando informações, são completamente capazes de revelar mais sobre você do que você imagina.
A perspectiva é horrenda. Bancos de dados com DNA, reconhecimento de retina, dados biométricos, sua forma de escrever, tom de voz, tipo sangüíneo e muitas outras coisas são só o início.
É fundamental lembrar que o imperativo tecnológico por si só é vazio. Defender o avanço tecnológico como um fim em si mesmo é completamente tecnicista, idólatra, vazio, fetichista, inútil. A tecnologia pode ser tanto uma ferramenta de opressão quanto de libertação. Neste momento, nossa maior responsabilidade não deve ser a de buscar a tecnologia mais avançada o possível. Não. Devemos direcionar nossos esforços para a construção de um futuro descentralizado e respeitoso à privacidade. E isso precisa começar em nossas mentalidades.
O movimento cypherpunk desde a década de 1980 defendeu o uso de protocolos descentralizados e criptografia para proteger as interações no ciberespaço, mas nós escolhemos caminhos centralizados. Até aqui, a grande maioria de nós tem desperdiçado a oportunidade de abraçar tecnologias que emancipem as pessoas e proporcionem o controle direto sobre seus dados e comunicações.
“Assim como a tecnologia da impressão alterou e reduziu o poder das guildas medievais e a estrutura do poder social, os protocolos criptográficos também vão alterar fundamentalmente a natureza das corporações e as interferências do governo nas transações econômicas.”
- Tim May, 1992, trecho retirado do Manifesto Criptoanarquista
Como a ação humana é completamente imprevisível, podemos imaginar que a tendência de que o pensamento cypherpunk seja ignorado pela grande massa continue sendo a prevalente. Pode ser que todo mundo ignore tudo o que eu, Julian Assange, Tim May, Ross Ulbricht, Aaron Swartz, Mircea Popescu, Edward Snowden, Satoshi Nakamoto, Eric Hughes e tantos outros sempre defendemos. Pode ser e assim tem sido, então um cenário distópico de profunda vigilância é algo difícil de imaginar? Claro que não. Aqui estamos e, se a massa não acordar, aqui estaremos.
Em algum momento conseguimos achar normal que a tal Worldcoin escaneie nossas retinas e gere uma chave privada vinculada a nossa identidade, nossa “World ID”. É sério, isso não é no mínimo assustador?
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