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Rɑfɑ Borges ♱
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2024-11-10 00:28:36

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Vi um post verdadeiro sobre muito sujeito se achar "criança prodígio que não deu certo" quando, na prática, foram jovens que aprenderam a ler muito cedo e que tiravam notas boas na escola, apenas.

Ocorre que podiam esses, de fato, ter potencial para a genialidade mesmo. Devemos olhar para as condições quando adentramos nesse tipo de discussão: o Brasil teve uma melhora na qualidade de vida a partir da segunda metade da década de 1990, a geração Z cresceu tendo acesso à tecnologia e tendo pais alfabetizados, também em áreas urbanas e acesso à instrução formal do Estado, é evidente que nesse cenário os pais dessa geração, acostumados com o crescimento em zonas miseráveis e com difícil acesso ao conhecimento básico, ficassem superestimando filhos que tivessem potência de inteligência acima da média. Porém é possível, sim, que houvesse um boom de potenciais gênios na geração Z, há um problema ---> no Brasil INEXISTE base para a formação de gênios, por muitos motivos:

1. A genialidade só pode ser desenvolvida a partir de famílias ricas. O gênio oriundo da pobreza é exceção, a regra é que os gênios sejam ricos desde o berço. Os maiores filósofos, artistas, pensadores e profetas religiosos foram de famílias ricas, podem ter tido um passado de abandono material das riquezas, entretanto tiveram base para desenvolvimento da genialidade desde o berço, algo impossível na pobreza. Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás, Mozart, Rembrandt, Da Vinci, Charles Darwin, Virgínia Woolf, Buda, Moisés (adotado), Platão, Descartes, Monet, Maomé, Zorastro.

Os gênios de origem pobre são exceções e cresceram intelectualmente no autodidatismo , como: Beethowen, Marie Curie, Van Gogh, Louis Armstrong, Isaac Newton, Nicola Tesla, Gregor Mendel, São Francisco de Assis, Jesus Cristo e etc. ---> Percebam a diferença entre ambos, retiramos Jesus Cristo pois apesar de ter sido pobre Jesus era de origem davítica, Nosso Senhor não era miserável visto que tinha educação por acesso aos textos sagrados e que a profissão de São José era uma profissão importante no período. Destes citados, exceto Jesus Cristo (que foi já retirado da conta), tirando Tesla e São Francisco de Assis, todos em matéria de genialidade são inferiores aos citados anteriormente acima como de origem rica e tiveram seus estudos, trabalhos, feitos e etc., financiados em determinado momento da vida.

2. Os grandes gênios brasileiros despontam a partir do momento que vão para fora do país, seja no automobilismo, na música, nas artes, na literatura e na ciência ---> do excremento não nascem orquídeas. A única exceção que tornou gigante em sua área, mundialmente, estudando seu ofício no Brasil foi Pelé, o resto teve desenvolvimento fora do Brasil. O (des)ensino estatal brasileiro é um formador de comodismo e não desenvolve gênios, mesmo a possibilidade de disponibilizar e incentivar esses jovens à busca por bolsas esbarra na condição teleológica do ensino, que volta-se não à formar grandes pensadores, cientistas, artistas e afins, mas médicos, engenheiros e juristas.

3. A maioria dos gênios com QI +130 não rumam para a medicina, direito e engenharia, rumam para a ciência ou para as artes, no total, para as artes em geral, incluindo a ciência como arte, e quando não, rumam para papéis em instituições religiosas, ou como hierofantes, profetas, sheiks, monges, rabinos, padres e etc. Historicamente a genialidade promete status, relevância, prestígios, mas não dinheiro. O modelo educacional e o mercado, mais as regalias do Estado, previlegiam os médicos, engenheiros (tudo bem que não mais), os pecuaristas e agricultores ligados ao agronegócio, banqueiros, juristas e os que possuem sucesso na economia negra (traficantes, cafetões, bicheiros e afins), isso em boa parte do mundo, porém em níveis discrepantes no Brasil, no qual ser gênio no Brasil, ou ter potencial para ser um gênio, é uma maldição.

Assim concluo: mesmo se fossem gênios, de fato, nada adiantaria, pois estão em uma nação que SURGIU com a finalidade de ser um fazendão, essa é a condição final do Brasil. A República Federativa do Brasil não possui a finalidade de revelar gênios, não se preocupa com esses projetos e tão pouco fará algo para a melhora desse quadro. Se teu filho é um gênio ou possui potencial para vir a ser um, recomendado à ti é que busque algum meio para que teu filho faça intercâmbio, quando mais cedo melhor, e que se és pobre incentive teu filho mais às artes do que à ciência, pois chances de êxito são maiores, uma vez que nas ciências, devido a pobreza e dificuldade para obter bolsas no exterior em competição com jovens mais ricos e com melhores bases de ensino formal, ficarão dependentes das UFs, que atualmente são decadentes e possuem os dias contados devido a vindoura falência do Estado brasileiro.

Se teu filho possui uma inteligência acima da média, podes ter certeza que ele não será médico, nem jurista, nem auditor da Receita Federal, nem mesmo político, diplomata, psiquiatra, nada disso, a aptidão dele será as artes, ou por arte como entendemos (artes visuais, artesanato, arquitetura, música, literatura) ou por ciência (naturais, humanas, lógica, exatas e afins), ou então, se não, para a vida voltada à espiritualidade, o padrão é esse.
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