Pereirinha 🤠⚡🌿 on Nostr: "QUEM se arrepende perante Deus? Os seus sentimentos? O seu "eu" cotidiano que ...
"QUEM se arrepende perante Deus? Os seus sentimentos? O seu "eu" cotidiano que compra, vende, come, bebe e tagarela? A sua maldita auto-imagem manchada de vergonhas? Não. Quem se arrepende perante Deus é o topo do seu ser, a sua parte mais elevada e altiva, o núcleo mais luminoso da sua autoconsciência.
Se não é daà que vem o arrependimento, não é arrependimento, é só vergonha de estar nu. O arrependimento verdadeiro não se refere a nenhum dos seus miseráveis pecadinhos cotidianos, grandes ou pequenos, mas à suprema e única tentação, da qual nascem todas as outras por reflexo longÃnquo: a tentação de sentir-se uma entidade espiritual autônoma, sem raiz no eterno. É imaginar que você tem um "eu" como direito adquirido de uma vez por todas, quando na verdade sem a permanente ação do EspÃrito Santo o seu eu se estilhaça em mil euzinhos dos quais um peca, o outro se amaldiçoa, o terceiro se camufla, e assim por diante.
Se ainda há na sua alma porções opacas, mesmo o seu arrependimento mais dolorido não passará jamais de um sÃmbolo, de uma cena de teatro. Só aquele que se conhece, que domina o panorama da sua alma desde o topo da sua autoconsciência pode saber o que é o arrependimento verdadeiro, e esse arrependimento é total e instantâneo, é uma graça indescritÃvel, que muitos só alcançam na hora da morte mas que à s vezes, por uma espécie de graça em segunda potência, se torna acessÃvel em vida. E não vá imaginando, no seu orgulho sonso, que alcançar essa graça fará de você um santo.
O santo não é aquele que alcançou o arrependimento espiritual verdadeiro: é aquele que PERMANECE nele em cada momento da sua vida e dele faz a fonte de cada um dos seus atos -- uma graça em terceira potência, algo que é praticamente impossÃvel, mas que acontece."
-- Olavo de Carvalho
(foto: Eberhard Grossgasteiger)
Se não é daà que vem o arrependimento, não é arrependimento, é só vergonha de estar nu. O arrependimento verdadeiro não se refere a nenhum dos seus miseráveis pecadinhos cotidianos, grandes ou pequenos, mas à suprema e única tentação, da qual nascem todas as outras por reflexo longÃnquo: a tentação de sentir-se uma entidade espiritual autônoma, sem raiz no eterno. É imaginar que você tem um "eu" como direito adquirido de uma vez por todas, quando na verdade sem a permanente ação do EspÃrito Santo o seu eu se estilhaça em mil euzinhos dos quais um peca, o outro se amaldiçoa, o terceiro se camufla, e assim por diante.
Se ainda há na sua alma porções opacas, mesmo o seu arrependimento mais dolorido não passará jamais de um sÃmbolo, de uma cena de teatro. Só aquele que se conhece, que domina o panorama da sua alma desde o topo da sua autoconsciência pode saber o que é o arrependimento verdadeiro, e esse arrependimento é total e instantâneo, é uma graça indescritÃvel, que muitos só alcançam na hora da morte mas que à s vezes, por uma espécie de graça em segunda potência, se torna acessÃvel em vida. E não vá imaginando, no seu orgulho sonso, que alcançar essa graça fará de você um santo.
O santo não é aquele que alcançou o arrependimento espiritual verdadeiro: é aquele que PERMANECE nele em cada momento da sua vida e dele faz a fonte de cada um dos seus atos -- uma graça em terceira potência, algo que é praticamente impossÃvel, mas que acontece."
-- Olavo de Carvalho
(foto: Eberhard Grossgasteiger)